+

Antonio Eduardo Nogueira

Reestruturação produtiva da indústria automobilística brasileira? Constata-se que esta indústria que se instalou no país na década de 50 e se desenvolveu até os anos 80 com base nos princípios do paradigma fordista, num mercado fechado e protegido da concorrência internacional, apesar dos avanços e do desenvolvimento proporcionado à nação brasileira, encontrava-se ao final da década de 80, defasada tecnologicamente. O novo paradigma produtivo da indústria automobilística mundial que emerge no Japão no pós-Segunda Guerra Mundial, denominado de produção "enxuta", tendo como objetivo principal a redução dos custos de produção agravados no período fordista, ganha forças a partir das crises do petróleo nos anos 70, promovendo uma verdadeira revolução no setor no âmbito mundial, impondo assim, um maior grau de competitividade aos países produtores de veículos, como condição "sine qua non" à inserção no mercado global. Esse novo paradigma tem-se caracterizado por um conjunto de inovações organizacionais, gerenciais e tecnológicas que valorizam o conhecimento (educação) e o maior nível de cooperação entre os principais envolvidos na cadeia produtiva (maior flexibilização das relações). Verifica-se assim, que a indústria automobilística brasileira (subsidiárias) induzida por essa onda de inovações a partir de suas matrizes no exterior, vem reestruturando-se em direção a produção "enxuta" desde os anos 80, onde observa-se um maior grau de inserção dessa indústria no mercado externo, haja visto o aumento das exportações e, principalmente, a partir da abertura econômica do país nos anos 90, com o acirramento da concorrência interna. Essa reestruturação tem sido passiva/defensiva nos anos 80 devido o uso da automação equivocada e, ativa/ofensiva nos anos 90, haja visto a adoção de estratégias corretas e/ou voltadas ao novo paradigma.