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Regina Lúcia Sanches Malassisse

Esta dissertação tem como objetivo analisar a problemática do emprego industrial no Brasil nos anos 90. Para tanto, toma-se como referência os indicadores do emprego, produtividade e salários da indústria de transformação. Busca-se identificar quais são as tendências do mercado de trabalho industrial no que se refere às formas de inserção dos trabalhadores. Através dos dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) constatou-se que: o emprego industrial reduz-se rapidamente na década, tem crescido o número de pequenos empregadores e de emprego industrial nas pequenas empresas, embora a duração deste emprego esteja ameaçada devido à queda de 36%, em média, dos empregos gerados na pequena empresa; as formas temporárias de inserção de trabalhadores têm evoluído mais rapidamente na grande empresa; por outro, lado a análise da produtividade demonstra que esta tem crescido mais rapidamente do que os salários reais. Conclui-se que o ajuste realizado pelas indústrias nos anos 90 passou por uma intensa reestruturação do quadro de pessoal, afim de reduzir custos salariais. Este ajuste é mais intenso a partir de 1994 e tem implicado em maior precariedade do trabalho, à medida em que ganham força as contratações temporárias e reduzem-se os vínculos mais estáveis. A outra face da contenção de custos salariais expressa-se pela menor evolução dos salários reais em comparação com a elevação da produtividade e da produção física. Por estes motivos os anos de 1990 configuram um período perverso para o emprego industrial.