Valério Zago Marassi
Esta dissertação tem como objetivo analisar os instrumentos utilizados para fomentar o processo de industrialização brasileira verificando se tais instrumentos estavam aparados à luz da teoria neo-schumpeteriana. Para tanto, buscou-se no primeiro capítulo, levantar as três principais vertentes teóricas, a saber, a teoria ortodoxa, a corrente desenvolvimentista e a teoria neo-schumpeteriana, levantando as principais características pós e contra, apontadas pelos teóricos da intervenção governamental através do uso de política industrial com o objetivo de estimular o processo de industrialização. No segundo capítulo foi feito um levantamento dos instrumentos utilizados pelo governo durante a industrialização brasileira abrangendo o período que vai de 1889 a 1994. No terceiro capítulo a mesma metodologia foi utilizada, analisando principalmente a política industrial no período dos dois governos de Fernando Henrique Cardoso à luz da teoria neo-schumpeteriana, verificando também se houve ou não uma ruptura com os tradicionais instrumentos utilizados no processo de industrialização brasileira durante os períodos anteriores. O resultado sugere que houve um certo grau de mudança na orientação da política industrial adotada no último período, porém, a política adotada sempre esteve atrelada às necessidades de fundos para saldar o balanço de pagamentos, e, portanto, em nenhum momento, existiram políticas deliberadamente industrializantes sob a ótica da teoria neo-schumpeteriana das inovações tecnológicas.