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Stefânia Monteiro de Barros Teixeira

O presente trabalho tem por objetivo analisar os aspectos gerais e específicos que sustentam a competitividade de empresas de micro, pequeno e médio porte do município de Apucarana, localizado no centro-norte do Paraná, no que tange à produção de bonés e que lhe confere o status de capital brasileira do boné. No intuito de corporificar tal estudo, faz-se uma análise das características apresentadas pelas firmas de pequeno porte, bem como das novas oportunidades de inserção, advindas de um novo contexto na configuração produtiva em nível mundial. Destarte, apresentam-se alguns casos bem-sucedidos de inserção de micro e pequenas empresas, sujeito a um novo cenário de globalização, em uma nova forma de organização produtiva: em aglomerações de empresas. O novo, neste caso, não se refere apenas à proximidade geográfica, mas também às novas formas de interação entre os agentes. Nesse sentido, avança-se o estudo, de modo a tornar inteligíveis as bases teóricas em que se funda o fenômeno das aglomerações produtivas, para, a seguir, compreender o enfoque que sustenta o conceito de arranjo produtivo local. Aborda-se, então, a teoria neo-schumpeteriana e evolucionista, de maneira a dar sustentação a uma abordagem dinâmica da competitividade, cujos fundamentos nortearão amplamente o estudo de caso em questão. Sob tal perspectiva, pôde ser constatado que o arranjo produtivo de confecção de bonés possui uma trajetória marcada historicamente por tentativas e erros que lhe proporcionaram um importante diferencial competitivo, principalmente com relação ao aprendizado local, inovações incrementais e cooperação. No que tange à governança, o arranjo ainda possui uma coordenação bastante difusa, embora já tenha percorrido um longo caminho até que se estabelecessem parcerias razoavelmente estáveis. À luz do enfoque evolucionário, a pesquisa de campo permitiu captar apenas um momento na trajetória do arranjo, que indicou uma tendência a um upgrading com relação à diversificação e adensamento da estrutura produtiva, mantendo o alto grau de complementaridade. Porém, como todo processo evolucionário, a velocidade e a direção dessa trajetória depende da coordenação e ação conjunta dos agentes envolvidos. Nesse sentido, percebe-se, que mais recentemente, o poder público tem se inserido de modo mais significativo, fato este que não ocorreu quando da formação do arranjo.