Thiago Celestino Favaretto Martinez
Este trabalho tem como objetivo realizar um estudo sobre o Segundo Plano Nacional de Desenvolvimento e analisar o efeito deste para a década de 80. Após crescer a taxas elevadas por mais de uma década, a economia brasileira emperra na década seguinte. Adotou-se a hipótese de que as medidas que fizeram o Brasil continuar a crescer após a primeira crise do petróleo foram as mesmas que fizeram o país estagnar na década posterior. O endividamento contraído à taxa de juros flutuante entra em uma trajetória “explosiva” após o choque dos juros em 1979. A década de 80 iniciou-se com forte desequilíbrio fiscal, desequilíbrio externo e inflação fora de controle. Constata-se que os autores do Plano estavam conscientes da crise do petróleo, entretanto a intenção era fazer o país continuar na trajetória de crescimento acelerado e manter o controle do Balanço de Pagamentos sem provocar aumento na inflação. Conclui-se que a taxa de juros flutuante contratada foi uma “imposição” dos bancos credores e que, após o primeiro choque, medidas mais drásticas de contenção do consumo de petróleo não foram adotadas, principalmente por pressões, sobretudo das montadoras de automóveis que temiam por redução da produção, sendo que existia ainda interesse do governo em manter o crescimento elevado da economia.