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Gilberto Joaquim Fraga

O objetivo deste trabalho é estender o modelo teórico de desemprego especificado por Marston (1985) e aplicar para os Estados Brasileiros, com destaque especial na avaliação do papel exercido pela escolaridade (capital humano) dos desempregados na taxa de desemprego. De acordo com a teoria do autor, os efeitos fixos como atratividade, salários e estrutura de mercado dos Estados exercem importantes influências na determinação da sua taxa de desemprego. Apesar destas importantes considerações, este modelo omite a principal característica dos desempregados que é a escolaridade média dos mesmos. Assim, procura-se neste trabalho corrigir este problema de variável omitida. Outra inovação está relacionada ao aspecto das estimativas econométricas. Realizou-se testes de especificações e considerou estimativas comparadas de efeitos fixos e randômicos, mas principalmente foram efetuadas estimativas dinâmicas, que elimina o problema de variáveis omitidas e de endogeneidade (causalidade reversa) entre as variáveis do modelo. Como resultado principal, tem-se que a escolaridade dos desempregados possui uma relação de causalidade em relação à taxa de desemprego de forma não linear, forma de U invertido. Sendo que, para baixos níveis de escolaridade média dos desempregados (menos de quatro anos), o efeito sobre a taxa de desemprego é positivo, ou seja, contribui para aumentar a taxa de desemprego. Com relação à estrutura da economia, o setor agrícola demonstrou ser o único que reduz a taxa de desemprego, uma vez considerada a escolaridade. A razão está em que este setor gera empregos de baixa qualificação compatível com a baixa escolaridade dos desempregados.