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Fernando Sérgio de Toledo Fonseca

Este trabalho visa fazer uma revisão teórica sobre o comportamento altruísta. Discute-se se a motivação altruísta pode ser incorporada à análise econômica sem recorrer ao padrão de escolha da mecânica do auto-interesse. Em outros termos, destaca-se a importância do estudo da conduta altruísta como análise do comportamento econômico, capaz de considerar a integração de questões de natureza ética e racionalidade econômica no processo decisório individual. A incursão dessa pesquisa nessa área da teoria econômica, justifica-se pelo fato de que, em uma sociedade não existe uma única motivação baseada na maximização do auto-interesse, que determina o comportamento dos agentes. Existe uma pluralidade de motivações, que também pode ser altruísta, a qual os agentes levam em consideração em seu processo decisório, sendo que tais motivações podem ser baseadas em princípios éticos e morais. A metodologia adotada refere-se aos aspectos qualitativos e analíticos da teoria econômica, com a revisão da literatura pertinente ao assunto. Como resultado, verificou-se que o altruísmo pode ser admitido numa abordagem racional e instrumental, desde que o indivíduo altruísta leve em conta a utilização eficiente dos meios disponíveis para promoção do bem-estar alheio. Para explicar as razões motivacionais da ação altruísta, procurou-se abandonar o arcabouço metodológico da teoria da escolha tradicional, cuja base comportamental está associada à tese do auto-interesse. Nesse percurso houveram algumas dificuldades para realizar a análise econômica do altruísmo, porque encontrou-se argumentos bem convincentes acerca da defesa do auto-interesse. Ademais, descobriu-se que o altruísmo não é sinônimo de altruísmo genuíno, como se imaginou no início dessa pesquisa. Na verdade, foram encontrados argumentos bem convincentes que relacionam a conduta altruísta com o egoísmo, ou seja, uma versão aparente de altruísmo ou altruísmo disfarçado. Em suma, seja o altruísmo concebido como egoísmo disfarçado ou genuíno, este trabalho conclui que tal conduta humana pode ser enquadrada como um comportamento economicamente racional.