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Jaqueline Severino da Costa

O objetivo desta dissertação é analisar a evolução do desemprego no Brasil no período de 1981-2004, buscando verificar os efeitos da abertura comercial e qual tese melhor se adequa a realidade brasileira, com especial atenção a qualificação do indivíduo. Para estabelecer as conexões dos efeitos dessa variável sobre o desemprego utilizou-se logit, ou seja, modelo baseado em variáveis de respostas dicotômicas ou qualitativas. As evidências apontam que para o Brasil, assim como em grande parte dos países desenvolvidos e em desenvolvimentos, a abertura comercial foi importante a medida que facilitou a entrada de novas tecnologias com viés para mão-de-obra mais qualificada. Nesse sentido há um aumento da demanda de mão-de-obra qualificada, contrariando a premissa do modelo comercio internacional Heckscher-Ohlin-Samuelson (H-O-S). Para este modelo os países desenvolvidos exportariam bens intensivos em mão-de-obra qualificada e os países em desenvolvimento exportariam bens intensivos em mão-de-obra menos qualificada. A grande discussão que se insere é qual tese adequa mais a realidade brasileira para explicar o aumento na taxa de desocupação, se o modelo H-O-S, em que o desemprego iria aumentar para a mão-de-obra mais qualificada ou as mudanças tecnológicas com viés para qualificação, em que o desemprego aumentaria entre os indivíduos menos qualificados. Como as novas tecnologias são poupadoras de mão-de-obra o que se observa é um aumento nos níveis de desemprego entre a mão-de-obra menos qualificada. Como as novas tecnologias exigem mão-de-obra mais qualificada o que se verifica é um aumento da demanda desta, portanto pode inferir que a educação tornou-se uma variável importante para determinar desemprego. Enfim, os resultados permitem inferir que o processo de abertura comercial associado as mudanças tecnológicas parecem ser a melhor justificativa para explicar desemprego no Brasil, além de considerar o baixo nível de atividade econômica e baixa qualificação dos indivíduos no período.