Maria Andrade Pinheiro
O presente trabalho tem por objetivo estimar a função de produção agropecuária do Paraná para o ano 2002, contemplando os seus municípios e utilizando técnicas de econometria espacial. Ao utilizar esta técnica pretende-se verificar o comportamento de uma série de elementos espaciais, como: a autocorrelação espacial; e a heterogeneidade espacial. Em um primeiro momento, utilizou-se a análise exploratória de dados espaciais (AEDE) para verificar a presença de autocorrelação espacial entre os municípios do Estado, considerando o valor bruto da produção agropecuária. Os resultados demonstraram que existe autocorrelação espacial entre os municípios e que os maiores valores brutos se encontram nos municípios situados no Norte e Oeste do Estado. Mediante os mapas de clusters verificou-se a existência de dois grandes clusters do tipo AA e três do tipo BB. O primeiro do tipo AA está situado no Oeste/Sudoeste do Estado e o outro no Norte paranaense. Os clusters do tipo BB situam-se no Noroeste, Centro e Leste do Paraná. A função de produção foi estimada utilizando o modelo a-espacial. Através dos resultados do teste de Moran, verificou-se que o melhor modelo ajustado foi o de erro espacial, significando que os elementos não modelados determinam a autocorrelação entre os municípios. Após a verificação da autocorrelação espacial, estudou-se o comportamento da heterogeneidade espacial que é o segundo elemento estudado por essa metodologia, tendo como finalidade medir a instabilidade estrutural nas variáveis consideradas. Após dividir os municípios do Estado em quatro macrorregiões, estimou-se um modelo considerando essa divisão. O resultado encontrado indicou que a função de produção da agropecuária do Estado não segue a mesma estrutura nos municípios. A localidade dos municípios interfere desta forma, na sua agropecuária e cada região pode intervir na produção do seu vizinho. Evidenciou-se a supremacia do Oeste e Norte do Estado na produção agropecuária e a baixa participação da Região Metropolitana de Curitiba nesse segmento. Concluiu-se assim, que políticas de desenvolvimento regional devem ser implementadas após estudos detalhados de cada localidade, pois cada região tem características próprias. Os riscos de não adotar esse tipo de conduta podem gerar resultados diferentes nas diversas regiões, baixo resultado do programa implementado e desperdício de verba pública.