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Ari Antonio Francischini

A globalização econômica e a formação de blocos supranacionais fizeram com que os países buscassem melhorar suas condições econômicas e estruturais para enfrentar os novos desafios visando a inserção neste novo quadro econômico mundial. Portanto, o estudo da competitividade e da complementaridade de produtos é tido como elemento importante na formulação de novas políticas e estratégias comerciais necessárias á inserção no mercado internacional. Além disso, a competitividade dos setores produtivos em termos de geração de divisas através da eficiente alocação dos recursos e das exportações tornou-se uma necessidade aos países, implicando na determinação do custo social da utilização dos recursos primários na geração das divisas pretendidas. Esse estudo visa avaliar a eficiência alocativa da atividade Agropecuária brasileira no período 1990-2003, por meio da metodologia de cálculo de Custo dos Recursos Domésticos (CRD), tendo como fonte de dados as matrizes de insumo-produto do Brasil nos 1990, 1995 e 2003. A metodologia empregada segue a de Pinto (1994), e possui dois pontos de vista: o primeiro é o ponto de vista absoluto, no qual um setor é competitivo se o custo dos fatores usados por ela for menor que o valor de sua produção. O segundo é o comparativo, onde o setor se torna competitivo porque utiliza os fatores de modo relativamente mais eficiente que os outros setores da economia aos quais a comparamos Os resultados por critérios internacionais mostram que do ponto de vista absoluto o setor Agropecuário se mostra eficiente em todos os anos uma vez que as divisas geradas são maiores que seus custos de produção. Sob a ótica comparativa, e a partir da agregação dos setores em grupos, essa atividade mostra que em 1990 e 2003, suas taxas de CRD são melhores que as das Outras Indústrias, Agroindústria e Indústrias Extrativas, perdendo somente para as Indústrias de Tecnologia; em 1995 a Agropecuária fica atrás das Indústrias de Tecnologia e da Agroindústria. Na questão de geração de empregos, em 1990 e 1995 é o setor que mais criou postos de trabalho, mas em 2003 perdeu sua posição para a Indústria Têxtil.