Fábio Augusto Giannini
Esta pesquisa tem como objetivo testar a relevância dos choques nominais sobre a economia real, contrastando as teorias dos ciclos reais dos negócios e a teoria novo-keynesiana de ciclos, para a economia brasileira, durante o período compreendido entre 1992 e 2007. Isto sob a hipótese de que os ciclos existentes na economia brasileira advindos de política econômica podem ser explicados por pelo menos uma das correntes de pensamento econômico. A análise empírica de séries temporais é utilizada para identificação do componente cíclico das séries. Para testar a hipótese estabelecida, modelos com vetores autoregressivos (VAR) são aplicados, os quais são adequados para séries estacionárias. Apresenta-se ainda, as funções de impulso-resposta e a análise de exogeneidade. Os resultados econométricos indicam que tanto choques tecnológicos quanto os monetários são capazes de gerar ciclos dos negócios na economia brasileira, ou seja, ambas as correntes, RBC e novoskeynesianos, explicam em parte as variações cíclicas da economia brasileira. Entretanto, a teoria dos ciclos reais dos negócios nega a existência de ciclos advindos de choques monetários, haja vista o entendimento de que a moeda é neutra, não havendo qualquer efeito sobre o produto decorrente de alterações da oferta monetária. Tal fato nos leva a interpretar os ciclos dos negócios na economia brasileira sob a ótica novo-keynesiana.