Kleber Defenti Bernardino
Os objetivos deste estudo foram verificar e avaliar o panorama energético e o nível de emissões de CO2-eq por classe de renda no Brasil, bem como as mudanças e contribuições da matriz energética brasileira associadas a tais emissões entre 1996 e 2003, considerando, na demanda final, o consumo das famílias, separado em três classes de renda, procurando relacionar o nível de emissões de CO2-eq em cada classe de renda com a eficiência e o consumo energético correspondentes. Para isso, estimam-se os níveis de emissões de CO2-eq das classes de renda através da construção da Matriz de Insumo-Produto e faz-se a conciliação dos dados energéticos do Balanço Energético Nacional com os dados econômicos. Os resultados mostram que a eficiência de carbono setorial apresenta tendência de melhora em quase todos os setores. Isso se deve ao fato de no Brasil se utilizar cada vez mais de fontes energéticas menos poluentes e, consequentemente, com menores índices de eficiência de CO2-eq. Ao se avaliar a eficiência de carbono das classes, verificou-se que, mesmo com a melhora dos índices de eficiência de carbono setoriais e dos índices de carbono das classes, existe a tendência de que classes de menor renda apresentem nível de exigência de emissões de carbono maior, tendo, assim, maior volume de emissões de carbono por real gasto do que em classes de renda superior.