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Carlos Eduardo de Freitas

John Maynard Keynes, contrariando a escola marginalista dominante em sua época, apresentou uma nova teoria do emprego que vinculou definitivamente o volume de emprego de uma economia ao volume de sua produção: aumentando a produção, elevava simultaneamente o volume de emprego. Este economista inglês constatou que a evolução da técnica poderia gerar o desemprego tecnológico: a produção conseguiria aumentar, utilizando uma menor quantidade de mão-de-obra. A questão do desemprego tecnológico também preocupou a mente de dois dos maiores pensadores da ciência econômica: David Ricardo e Karl Marx. Ambos acreditaram que a introdução de novas máquinas poderia causar uma situação de desemprego crônico durante certo período de tempo. No entanto, esta era apenas uma possibilidade, que já havia ocorrido no capitalismo industrial inglês, mas que poderia ser evitada caso novos investimentos absorvessem a mão-de-obra dispensada pela introdução de nova maquinaria. Contrariando as opiniões desses autores, os economistas de renome como J.B. Say, John S. Mill e Alfred Marshall, afirmavam que a introdução de máquinas modernas desempregavam momentaneamente certa quantidade de mão-de-obra, mas que logo este volume de desempregados seriam absorvidos em novas ocupações, não ocorrendo, assim, o desemprego provocado pelas máquinas, esta formulação teórica foi denominada por Teoria da Compensação. O Brasil, por sua vez, passou ao longo da década de 1990 por um período de reestruturação de seu parque industrial, assim, mediante a metodologia utilizada em nosso estudo, constatamos que esse fator foi um dos determinantes para a existência do desemprego tecnológico durante boa parte desta década.