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Allan Silveira dos Santos

O objetivo principal deste trabalho é analisar o papel da independência do banco central (IBC), da programação monetária sob o regime de metas e a importância desses instrumentos para o controle dos preços. A fim de testar empiricamente a questão da (IBC) no Brasil, são estimadas duas funções de reação para o BCB: a primeira visa a identificar se a rotatividade dos diretores do Comitê de Política Monetária, (COPOM), interferiu na condução da política monetária. A segunda aplicação tem por objetivo identificar a reação das autoridades monetárias aos desvios dos valores previstos de M1 em relação às metas estabelecidas. Em relação aos objetivos teóricos é possível concluir que apesar de os estudos empíricos não serem conclusivos sobre a existência de uma relação negativa e significativa estatisticamente entre a inflação e o grau de independência do banco central, há argumentos teóricos que confirmam a independência como fator importante para a manutenção da inflação em patamares baixos. Os resultados obtidos através da função de reação indicam que as mudanças dos diretores do (COPOM) não implicaram em mudanças acentuadas na condução da política monetária no Brasil. No entanto, através do modelo VAR estrutural foi possível observar uma relação positiva e significativa entre a rotatividade dos diretores e as taxas de juros Selic no longo prazo. Em relação à segunda função de reação estimada, pode-se dizer que há reação dos juros em função de desvios entre os valores previstos e aqueles efetivamente ocorridos para os agregados monetários. Apesar de haver esta resposta ela não é imediata. Há um “demora” na reação do banco central a estes desvios. Este atraso na reação do banco central pode prejudicar o combate das pressões inflacionárias, o que sugere que seria interessante um acompanhamento mais frequente dos agregados monetários no Brasil.