Sérgio Alexandre dos Santos Junior
O presente trabalho pretende contribuir para a discussão à respeito da importância da estrutura produtiva de modo geral, e da indústria em particular, para o desenvolvimento econômico do Brasil. Como foi observado nos fundamentos teóricos da pesquisa, essa complexa relação foi fonte de inspiração para o surgimento da CEPAL nos fins da década de 1940 que, contrariando o pensamento mainstream da época de que não haveria problemas em crescer por meio da expansão e exportação dos produtos primários, saiu em defesa da industrialização, argumentando que a mudança estrutural no sentido de aumentar a produção e exportação de produtos manufaturados e bens de alta tecnologia era fundamental para o desenvolvimento econômico no longo prazo. Na análise empírica utilizou-se como metodologia a Matriz Insumo Produto, a qual decompõe os fluxos entre as diferentes atividades econômicas, descrevendo a estrutura produtiva do país. Com a base de dados do Núcleo de Economia Regional e Urbana da USP (NEREUS) para o ano de 2009, foram estimados uma série de indicadores de encadeamentos e de multiplicadores de emprego e de valor adicionado para a economia brasileira. Na análise dos índices de ligação para trás destacaram-se os setores relacionados à indústria de bens finais (o que indica um maior dinamismo desses setores em estimular a produção de insumos). Quanto ao índice de encadeamento para frente destacaram-se os setores relacionados à infraestrutura (Transporte, Petróleo, Siderurgia, Comunicações), o que indica a importância de manter esses setores estruturados para que a economia não enfrente gargalos estruturais de produção. Ademais, o estudo identificou os setores de Siderurgia, Peças e Outros Veículos, Elementos Químicos e Refino de Petróleo como sendo os setores mais dinâmicos (setores chave) no sentido de estimular a economia como um todo.