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Marieli Vieira

O objetivo desta pesquisa foi analisar como as restrições de crédito afetam a decisão de exportar de empresas em dezoito países da América Latina (AL). Constatou-se que houve um crescimento significativo das exportações da AL nos últimos anos, cerca de 22% ao ano entre 2000 e 2010, segundo dados da UNCTAD, assim como a importância da atividade de exportação para o crescimento e desenvolvimento dos países. E como a participação no mercado internacional pode ser influenciada pela necessidade de crédito, as restrições podem afetar as decisões das empresas. A investigação foi feita através da estimação de um modelo de probabilidade não-linear, o modelo Probit. A utilização dessa técnica econométrica permitiu identificar quais fatores são estatisticamente significativos e que podem explicar a atividade exportadora das empresas, estimando a probabilidade de uma empresa exportar. São considerados não só o acesso ao crédito, mas também outras características das empresas, como idade, tamanho, participação de capital estrangeiro na estrutura da empresa, utilização de insumos importados, utilização de meios de comunicação (como e-mail e websites), aglomeração das empresas exportadoras de determinado setor em um local, assim como a utilização de mão-de-obra qualificada na produção. Para a análise empírica foram utilizados dados de 7.764 firmas industriais na América Latina. Os resultados indicam que o acesso ao crédito foi positivamente associado à decisão de participação das firmas no mercado internacional, o que sugere a influência das restrições financeiras na probabilidade de exportação das empresas. Com relação às demais variáveis, constatou-se que firmas maiores e com participação estrangeira na estrutura do capital têm mais chances de se tornarem exportadoras. Sugere-se a formulação de políticas que ampliem o acesso ao mercado financeiro, como uma das formas de promover a participação das empresas do mercado internacional.