Thais Andreia Araujo de Souza
Este trabalho teve por finalidade estudar o comportamento da produtividade brasileira entre 2004-2014 e o impacto no crescimento, também verificando a influência de alguns determinantes. Isto é importante porque a produtividade é considerada determinante fundamental do crescimento econômico. No país, o seu comportamento foi de queda desde 1980, com alguns períodos de recuperação. Para isto, foi estudado o seu desempenho por diferentes medidas, produtividade do trabalho, capital e total dos fatores. Também se pautou em análises por macrossetores e regiões. Este estudo objetivou constatar quais regiões e setores mais contribuíram para a baixa produtividade agregada. Ademais, constatado o desempenho da produtividade, foram realizadas decomposições do crescimento para verificar como decorreu a contribuição da produtividade para o crescimento econômico, e também como se decompôs o crescimento da produtividade setorial. Ainda foram adotadas metodologias econométricas para o cálculo da produtividade total dos fatores de modo a verificar se os resultados obtidos foram semelhantes, sendo realizadas estimações por painel com dados empilhados, com efeitos fixos, dinâmico em nível e em diferenças. Por fim, considerado o comportamento da produtividade total dos fatores no período, foi analisado como alguns determinantes a influenciaram, sendo eles o capital humano, inovação, infraestrutura, qualidade institucional, abertura comercial e ambiente de negócios, a análise foi realizada utilizando metodologia de vetores autorregressivos (VAR). Dentre os resultados, foi verificado que houve maior crescimento da produtividade total dos fatores nos serviços e que houve queda na indústria. Ocorreu diminuição na produtividade do capital em todas as regiões e setores, sendo exceção os serviços. Considerando a produtividade do trabalho, houve maior crescimento na agropecuária e queda na indústria. As regiões que obtiveram melhor desempenho foram o Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Foi verificado que a produtividade do capital, exceto pelos serviços, contribuiu negativamente no crescimento em todos os setores. E, considerando as demais medidas, somente a indústria contribuiu negativamente para o crescimento, exceto pelo Centro-Oeste. Foi constatado que, com exceção da taxa de crescimento de participação, a taxa de crescimento da produtividade do trabalho foi a que mais contribuiu para o crescimento, exceto pelo Nordeste, em que a produtividade foi efetivamente a que mais contribuiu. Também foi constatado que o desempenho da produtividade setorial no país decorreu principalmente de variações na produtividade intrassetorial, portanto, o baixo crescimento residiu na falta de crescimento dentro dos setores, exceto pelo Norte, em que a mudança estrutural representou maioria das variações. Em relação à comparação das estimações da produtividade, foi verificado que os dados empilhados apresentaram maior aproximação com a metodologia utilizada no trabalho, e, se verificou que no curto prazo poucas mudanças nas dotações de insumos de produção poderiam aumentar a produtividade, pois, pela estimação do painel dinâmico em nível se verificou que a maior parcela de variações na produção foi causada pelo seu próprio comportamento passado. Por fim, a respeito da análise dos determinantes, também foi constatado que no curto prazo as variâncias na produtividade foram majoritariamente explicadas pelo seu próprio comportamento, sendo que dos determinantes, a inovação foi a que apresentou maior contribuição.