Abilio Silveira Garcia Neto
Este trabalho tem por objetivo estudar os determinantes do emprego formal na região Sul do Brasil e verificar se há algum efeito espacial no comportamento do emprego para os anos de 2003 e 2013. Partindo do arcabouço teórico de Marston (1985), estima-se um modelo para cada um dos anos estudados, tendo por variável dependente o nível de ocupação dos municípios, estimados com dados da RAIS. A Análise Exploratória de Dados Espaciais (AEDE) confirma a presença de dependência espacial do nível de ocupação para os anos selecionados. Foram estimados modelos do tipo Spatial Autorregressive (SAR), Spatial Error Model (SEM), Spatial Durbin Model (SDM) e Spatial Durbin Error Model (SDEM) para 2003 e modelos do tipo SEM e SDEM para 2013. O modelo SDEM teve a melhor performance para os dois anos. A partir dos modelos estimados, tem-se que para 2003, o setor industrial e de serviços tem efeitos positivos sobre o nível de ocupação dos municípios, enquanto o setor agropecuário tem impacto negativo. A remuneração média também tem impactos negativos no nível de emprego formal. A proporção de alfabetizados na população potencialmente ativa e a densidade demográfica não apresentaram resultados estatisticamente significativos para 2003. Em relação as variáveis espacialmente defasadas, apenas as variáveis referentes ao setor industrial, remuneração média e densidade se mostraram significativas, sendo que estas duas últimas apresentaram sinais negativos. Em 2013, a população alfabetizada e a densidade são estatisticamente significativas e com efeitos positivos no nível de ocupação, evidenciando a importância no capital do humano no mercado de trabalho no período recente. Em 2013, todas as variáveis espacialmente defasadas se mostraram estatisticamente significativas, indicando uma maior interação entre os municípios dessa região.