Jady Yumi Kuniwaki Silva
Neste estudo foi analisado a dinâmica da mobilidade de rendimentos no Brasil, de 2002 até 2015, com base nos dados da PME. No período 2014-2015 foi identificada mobilidade descendente, fato que não ocorria desde o biênio 2003-2004, de modo que as mulheres, os menos qualificados e aqueles nas faixas etárias mais avançadas são grupos vulneráveis, pois possuem maior mobilidade direcional descendente. Ademais, verifica-se que apesar da desigualdade da distribuição de rendimentos ter reduzido de 2002 para 2015, e da existência de mobilidade de rendimentos no Brasil, alguns fatores já evidenciam os primeiros efeitos da crise econômica brasileira frente a equalização de rendimentos. Neste sentido, a mobilidade de rendimentos pode estar contribuindo para amenizar os reflexos do baixo desempenho econômico, porém, é importante que as políticas públicas sejam cautelosas quanto aos problemas do âmbito social, dado que a crise pode retroceder os ganhos obtidos até hoje.