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Rafael Fernandes Pereira

O presente estudo teve como objetivo analisar o impacto dos preços dos alimentos na taxa de inflação, através de curva de Phillips Novo-Keynesiana. Para a estimação da curva de Phillips Novo-Keynesiana adotou-se as seguintes variáveis: IPCA (IBGE), expectativas de inflação (Boletim Focus – BCB), o IPCA defasado (inércia inflacionária), taxa de desemprego da região metropolitana de São Paulo (DIEESE/SEADE), e os produtos agrícolas do IPA-OG (FGV), como proxy para os preços dos alimentos. Após a realização dos testes de raiz  unitárias, foi encontrado a estacionariedade das séries (exceto para o IPA-OG), o que apontou para a adequação da estimação de um modelo de vetores autorregressivos (VAR). O VAR foi estimado, e os testes realizados apresentaram os seguintes resultados: o teste de Breusch-Godfrey apontou que os erros não são serialmente correlacionados; o teste de Jarque-Bera não rejeitou a hipótese de normalidade dos resíduos; e, o teste de proposto por Lütkepohl (2005) atestou a estabilidade do VAR estimado. Os resultados do VAR são apresentados de duas formas, através da decomposição da variância dos erros de previsão e pelas funções de resposta ao impulso (FRI). Foi encontrada a relação negativa entre a taxa de desemprego e a inflação, portanto, a curva de Phillips se mostrou significativa na explicação da dinâmica inflacionária brasileira no período analisado. Tanto a decomposição da variância quanto a FRI demonstraram que o efeito da inércia inflacionária é praticamente insignificante na determinação do IPCA, e que as expectativas de inflação é a variável com maior determinação na taxa de inflação. A decomposição da variância aponta que o efeito da taxa de desemprego é maior no médio-longo prazo, enquanto que a FRI dos produtos agrícolas do IPA-OG demonstra que o choque dessa variável é superior no curto prazo.