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Bruno Wroblevski da Rocha

Esta dissertação tem por objetivo avaliar os impactos da crise econômica brasileira do biênio 2015-2016 sobre o mercado de trabalho doméstico sendo dividida em dois ensaios. Particularmente, investiga-se os fatores determinantes da duração no desemprego e na ocupação. Para tanto, utiliza-se, como abordagem econométrica, modelos de duração a partir dos dados extraídos da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (PNADC) no período entre 2012 e 2018. O primeiro ensaio tem como objetivo investigar a duração do desemprego no mercado de trabalho brasileiro procurando determinar qual a influência de fatores socioeconômicos e do ciclo econômico sobre as transições da desocupação para a ocupação, formal ou informal, e para a inatividade. No segundo ensaio, procura-se analisar a evolução do tempo de permanência na ocupação na década de 2010 e a dinâmica de transição a partir da ocupação para o desemprego e para inatividade buscando verificar os efeitos da crise econômica no comportamento do tempo de permanência na ocupação. No primeiro ensaio foi possível constatar o caráter contracíclico da duração do desemprego, que a partir de 2014, se alterou em direção ao aumento do número de indivíduos em desempregos de longa duração (dois anos ou mais). A partir dos modelos estimados, os principais resultados indicam que as transições a partir do desemprego reagiram às oscilações do cenário econômico, por meio do aumento da população desocupada e elevação do tempo de permanência no desemprego. Além disso, confirma-se o impacto negativo e estatisticamente significativo da crise econômica sobre o risco de saída da desocupação, atingindo principalmente a saída para uma ocupação formal. No segundo ensaio os resultados apontam que a crise apresentou um impacto positivo e estatisticamente significativo sobre a saída para o desemprego e inatividade a partir da ocupação sendo que a variável “taxa de desemprego” apresentou a maior relevância em explicar a dinâmica de transição dos indivíduos ocupados para estes estados. Por fim, conclui-se, de modo geral, que variáveis sociodemográficas também são relevantes para a compreensão da dinâmica de transição no mercado de trabalho tanto a partir do desemprego quanto da ocupação, sendo que: mulheres, pardos e negros, menos escolarizados e jovens são características que influenciam negativamente a saída do desemprego e permanência na ocupação.