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Natália Greche do Nascimento

O Brasil tem se destacado recentemente no setor de papel e celulose, mantendo-se como o maior exportador do produto desde 2013 e aumentando a quantidade exportada ao longo dos anos. De forma semelhante, a quantidade exportada dos produtos pelo estado do Paraná registrou crescimento acelerado a partir de 2015, principalmente de celulose. A quantidade exportada de papel, embora tenha sido historicamente superior à de celulose tanto para o estado quanto para o país como um todo, não apresentou o mesmo ritmo de crescimento no período recente. A parcela do mercado internacional detida pelo Brasil no comércio de celulose é superior à de papel, e o setor apresenta condições favoráveis de produção dado a qualidade do produto brasileiro e as vantagens climáticas para a produção de matéria prima que o país possui. Diante disso, é pertinente questionar se a dinâmica observada no crescimento das exportações do setor revela indícios de manter-se ao longo do tempo. Investigou-se, portanto, a forma como o crescimento observado na exportação de papel e celulose se distribuiu entre os estados produtores de 2000 até 2017, no intuito de apontar novos ofertantes, como o caso paranaense. Investigou-se ainda como o mercado nacional de papel e celulose se comportou durante o período de 2000 até 2018, analisando principalmente o estado do Paraná. Tratando-se do mercado mundial de celulose, o objetivo foi revelar os determinantes da demanda pelo produto ofertado pelo Brasil entre 1970 e 2017. Por meio do cálculo dos índices de concentração CR e o índice de Hirschman-Herfindahl (HH) foi possível observar que a concentração da quantidade exportada pelos estados brasileiros foi maior no mercado de papel, e ainda, que o mercado de celulose apresentou tendência de redução na concentração no período recente. Isso indica o aumento do número de estados exportadores, ou o crescimento no volume de exportações de estados que outrora não se mostravam tão significativos, como foi o caso paranaense. Por sua vez, os coeficientes de comércio exterior sugerem o abastecimento do mercado doméstico com produtos de origem nacional, haja vista o aumento na parcela exportada da produção revelada pelo Coeficiente de Exportação (CE), conjuntamente com a redução dos Coeficientes de Importação (CI) e de Penetração das Importações (CPI). Por fim, a análise do mercado internacional de celulose por meio de um modelo de séries temporais do tipo Vetor de Correção de Erros (VEC) identificou a influência positiva da quantidade produzida de celulose pelo país e da taxa de câmbio na quantidade exportada pelo Brasil ao longo dos anos. Revelou ainda que o preço pago pelo produto no mercado mundial, bem como o PIB brasileiro, o PIB da China e a quantidade importada mundial apresentaram influência negativa na quantidade exportada de celulose pelo país.