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Wagner Murilo Pereira Takata

O baixo crescimento econômico do Brasil e demais países da América Latina nos anos 2010 tem sido abordado de forma recorrente na literatura econômica e vários autores defendem a existência de uma armadilha da renda média (ARM) nestes países. Este trabalho utilizou as diversas abordagens presentes na literatura para verificar se o Brasil e, posteriormente, um grupo de países da América Latina (Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, México, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela) se encontram nessa armadilha e quais fatores poderiam ajudar estes países a escapar e avançar à níveis de renda superiores. Dado que a literatura indica como principais fatores responsáveis por um país ficar preso ou escapar da ARM, os quais são denominados de triggering factors, o capital humano, o capital físico, a produtividade total dos fatores, a abertura comercial e os gastos do governo, especificamente, o primeiro objetivo deste trabalho foi verificar se há uma relação de longo prazo entre tais variáveis e o PIB per capita do Brasil, utilizando a análise de cointegração de Johansen (1988). O segundo e principal objetivo desta pesquisa foi estimar um modelo probit para verificar como os triggering factors afetam a probabilidade do grupo de países em permanecer ou escapar da armadilha da renda média, isto é, de como os triggering factors afetam as desacelerações de crescimento do PIB per capita. A análise compreende o período entre 1954 e 2019 para o Brasil e entre 1955 e 2019 para o grupo de países. Os resultados indicaram que o capital humano, a produtividade total dos fatores e os gastos do governo impactam o PIB per capita do Brasil positivamente. No caso do painel probit, um aumento na produtividade e uma taxa de câmbio depreciada aumentariam a probabilidade do grupo de países escapar da ARM. Desta forma, seria importante estes países direcionarem políticas públicas para melhorarem estes indicadores e, então, terem a possibilidade de escapar da armadilha.