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Fábio Lucas Takahashi

Este trabalho avalia empiricamente o nível de eficiência técnica das instituições financeiras considerando, como produto indesejável, o volume de empréstimos inadimplentes (Non- Performing Loans – NPLs) e seus determinantes. Assim, a análise de eficiência do presente trabalho foi realizada em dois estágios. No primeiro estágio, a eficiência técnica foi mensurada por meio da Função Distância Direcional (Directional Distance Function – DDF) da metodologia de Análise Envoltória de Dados (Data Envelopment Analysis – DEA) com os NPLs como produtos indesejáveis. Com isso, as variáveis de insumos (inputs), produtos desejáveis (desirable outputs) e produtos indesejáveis (undesirable outputs) do modelo de eficiência são todas provenientes do banco de dados (“IF.data”) do Banco Central do Brasil (BCB). Para o segundo estágio, os determinantes da eficiência técnica foram estimados pela Regressão Tobit. Nesse sentido, o objetivo deste trabalho foi realizar uma comparação do desempenho entre diferentes categorias (tamanho dos ativos, tipo de propriedade, tipo de consolidado bancário) das instituições financeiras no Brasil e identificar os fatores que influenciaram a eficiência dessas instituições no período de 2003 a 2020. Complementamos essa análise de desempenho cotejando-a com as transformações institucionais, especificamente, as regulações e regulamentações do sistema bancário nacional e internacional. Os resultados sugerem que em relação ao tamanho dos ativos, os bancos grandes, independentemente do tipo de propriedade e tipo de consolidado bancário, são mais eficientes, em média, do que os bancos médios e pequenos. Para o tipo de propriedade, os bancos privados com controle estrangeiros foram mais eficientes que os bancos públicos nacionais e privados nacionais na maior parte da série histórica. Observa-se ainda que os resultados de eficiência entre os bancos públicos federais e estaduais diferem significativamente, isto é, os bancos públicos federais foram tecnicamente mais eficientes do que os bancos públicos estaduais. Em relação ao tipo de consolidado bancário, os bancos com carteira comercial se tornaram mais eficientes que os bancos sem carteira comercial após a crise financeira de 2007-2008. No tipo de segmento bancário, os bancos cooperativos foram os mais eficientes em relação aos bancos múltiplos e comerciais. Além disso, os determinantes da eficiência técnica apontam que o índice de adequação de capital (CAR), margem de lucro líquida (NIM), razão de empréstimos inadimplentes (NPLR) e inflação (INF) são significativos em todos os modelos analisados. No entanto, não foi possível detectar significância entre a taxa de crescimento econômico (GDP) na eficiência técnica.