Isadora Abilas Tarosso
Os retornos e a volatilidade dos ativos, no mercado brasileiro, são impactados por fatores diversos e complexos como a atividade econômica, as expectativas dos agentes e a política monetária. Essa dinâmica levanta questionamentos sobre o comportamento dessas no decorrer do tempo, uma vez que ambas são de extrema importância para investidores internos e externos, de natureza pública e privada.
A volatilidade, dada pela variância condicional, é utilizada como medida de risco e trabalhos como o de Schwert (1989) e Glosten, Jagannathan e Runkle (1993) demonstram que ela é um fator-chave na formação de preço dos ativos. Seu comportamento, bem como sua reação a choques, diverge a depender do produto analisado, do tipo de choque, do mercado em questão e muitas outras variáveis o que dificulta a estimação de modelos parcimoniosos.
O mercado de capitais é formado por um conjunto de ativos negociáveis na bolsa de valores no Brasil a principal bolsa, localizada em São Paulo, é denominada B3. Nela o índice Ibovespa representa o desempenho das ações com maior volume de negociação, funcionando como um indicador para os agentes que operam nesse mercado. Existem ainda índices setoriais, como é o caso do Índice Financeiro (IFNC) que mede a atuação das principais instituições financeiras e o Índice Energia Elétrica, que reúne as empresas com maior representatividade do setor de energia. Enquanto o Ibovespa serve como parâmetro para o mercado de capitais como um todo, os setoriais refletem o andamento dos principais setores da economia. Portanto, compreender os fatores que impactam o Ibovespa é de extrema importância, considerando que ele funciona como proxy para o mercado.
A partir dessas considerações os artigos buscam responder os seguintes problemas: Como a política monetária surpresa afeta a volatilidade do Ibovespa? Como as expectativas dos agentes afetam o risco do Ibovespa?
Serão realizados dois artigos com o objetivo de analisar a volatilidade do Ibovespa, o primeiro fará uma revisão de literatura da política monetária surpresa e seu impacto na volatilidade. E o segundo uma aplicação empírica utilizando dados do Ibovespa e da Taxa Selic para os últimos dez anos.