Luciane Cristina Carvalho
Esta análise políticas monetária e fiscal implementadas no Brasil entre 2001-2012, sob a teoria da coordenação da política econômica. Na discussão da literatura sobre a necessidade ou não da coordenação das políticas se destaca a estabilidade de preços e bem-estar social para o longo prazo. Assim, o presente estudo apresenta os conceitos de coordenação econômica, bem como as formas e estruturas que podem ser utilizadas como meios afim de coordenar as políticas. Além disso, a coordenação monetária é abordada com o instrumento principal de transmissão de taxa de juros, determinado pelo Comitê de Política Monetária - COPOM no Brasil, e a política fiscal cujo principal ferramenta é o superávit primário. Considerou-se que a coordenação das políticas macroeconômicas nos mercados nacionais é uma condição necessária para obter e manter objetivos comuns, no entanto, a literatura econômica ainda não chegou a um consenso sobre esta condição. Durante 2001 e 2012, a economia brasileira registrou mudanças significativas na condução da política fiscal, monetária e cambial passando por fases de restrições monetária e fiscal abruptas, moderados e reduzidas e ainda, por uma nova busca de restrição via a administração da taxa de juros para atingir os metas fiscais e monetárias assumidos com o mercado interno e externo. Com a finalidade de verificar a interação entre política fiscal e monetária, o modelo de vetores auto-regressivos estrutural (SVAR) foi aplicado para o Brasil com variáveis monetárias tradicionais e uma variável fiscal na determinação da taxa de juro. Os gastos do governo em relação das receitas correntes e um novo indicador da eficiência da política fiscal foram usados nas estimativas. Os resultados mostram que existe uma política de coordenação, mas os custos sociais são elevados. Da mesma forma, os resultados sugerem que a política monetária está subordinada à política fiscal.