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Vitor Gomes Reginato

Esta tese é composta por três ensaios que possuem como tema central o crédito bancário e o crescimento econômico. O primeiro trabalho teve como objetivo principal testar a hipótese de causalidade entre desenvolvimento bancário e expansão econômica. Ainda, testou a causalidade no sentido inverso e a não monotonicidade da relação entre crédito e PIB. Para tanto, foram utilizados dados para 106 países do ano de 1970 até 2016. Os resultados empíricos apontam para a causalidade bidirecional entre tais variáveis, além de sugerir a confirmação de a relação entre elas ser não monotônica. Tendo em vista tal resultado, o segundo e o terceiro ensaios têm como objetivo principal estimar e analisar os principais determinantes do crédito bancário para os países da América do Sul e para o Brasil, respectivamente. Para isso, no segundo trabalho foram utilizados dados dos países sul-americanos para os anos de 2000 até 2016, mesmo período do terceiro, que se valeu dos dados para o Brasil. Os principais achados do segundo estudo, que adotou a metodologia de dados em painel, indicam que depósitos domésticos e obrigações com não residentes contribuem positivamente para o crescimento do crédito privado. Crescimento econômico tem como consequência o aumento do volume de crédito, enquanto que maiores taxas de juros, tanto doméstica quanto a norte americana, reduzem o crescimento do crédito. Elevação do nível geral de preços também afeta de forma negativa o crédito ao setor privado. Ademais, quanto à composição do crédito, depósitos domésticos e crescimento econômico são os principais componentes da expansão do crédito, e, por sua vez, inflação e taxa de juros doméstica contribuem negativamente. Objetivando testar se tais relações também se verificam no Brasil, o terceiro trabalho utilizou a metodologia VAR, tendo resultados muito semelhantes ao do segundo. PIB e o próprio crédito defasado impactam positivamente os empréstimos. Afetando de forma negativa estão a taxa de juros, inflação, risco Brasil e depósitos, resultado este oposto ao obtido no ensaio anterior. Ainda, o tempo de ajustamento ao choque isolado em cada variável determinante varia, de forma que o impulso nos depósitos se mostrou como o de mais rápido. O risco Brasil, por outro lado, apresentou o mais lento. Por fim, PIB e depósitos domésticos também foram os principais componentes do crédito bancário.