+

Luan Vinicius Bernardelli

Esta tese contém três ensaios independentes, mas inter-relacionados. Em essência, investiga- se empiricamente a relação entre religião e desenvolvimento econômico usando dados extraídos dos Censos Demográficos brasileiros de 1991, 2000 e 2010. O primeiro ensaio examina a relação entre salários e afiliação religiosa usando funções convencionais de ganhos de capital humano. O segundo ensaio examina a influência da afiliação religiosa na mortalidade infantil. O terceiro e último ensaio examina a associação entre desenvolvimento humano (medido pelo índice de desenvolvimento humano) e o crescimento do protestantismo no Brasil. É importante resumir as principais conclusões de cada ensaio. No primeiro ensaio, homens e mulheres brasileiros que se identificaram como protestantes tradicionais recebem um pequeno bônus salarial em comparação com aqueles que se identificaram como católicos - a maior denominação religiosa no Brasil - mesmo depois de controlar uma variedade de características demográficas e sociais (inversamente, homens e mulheres que se identificaram como protestantes pentecostais recebem salários menores comparativamente com os católicos). No segundo ensaio, estimou-se que a taxa de mortalidade de crianças nascidas de mães protestantes é 6% menor do que outras mães, mesmo controlando para uma série de fatores demográficos e econômicos. No terceiro ensaio, encontrou-se uma associação positiva estatisticamente significativa entre protestantismo e desenvolvimento econômico, mesmo controlando para uma extensa gama de fatores demográficos e sociais. No geral, esta tese sugere que a religião pode influenciar o desenvolvimento econômico no Brasil contemporâneo, tanto no nível micro (por sua influência na saúde e nos salários) quanto no nível macro (por sua influência no desenvolvimento humano).