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Marcela Gimenes Bera Oshita

Alterações de preços da energia e das fontes energéticas podem levar a modificações na função de distribuição regional de renda real, dadas as diferenças nas elasticidades renda da demanda por fatores de produção das economias. Nesse contexto, conhecer a relação da oferta e demanda de energia com o produto agregado pode auxiliar os países no desenvolvimento de políticas de eficiência energética, maximizando assim o valor adicionado da economia. O objetivo deste trabalho é analisar as relações entre energia e fatores de produção no crescimento econômico do Brasil, no período 1990- 2016. Para isso, foi desenvolvida uma análise da função Cobb-Douglas de forma agregada e desagregada por setor, observando as relações entre a energia, os fatores de produção e o crescimento econômico, bem como os efeitos de substituição entre os insumos de produção. Na sequência observou-se as relações de causalidade entre as fontes de energia e o crescimento econômico. As metodologias empregadas foram VAR (Vetor Autorregressivo) e VEC (Vetor de Correção de Erros). Os resultados permitem inferir que a energia apresentou relevância para o crescimento econômico apenas no longo prazo. Ao analisar os modelos VAR (teste de causalidade) e VEC para toda a economia verificou-se que o PIB não apresenta relação de causalidade com a energia no curto prazo e que ocorre uma relação positiva a longo prazo. Verificou-se também que, no geral, os setores caminham de forma independente da energia total no curto prazo e longo prazo, com exceção dos setores de química fina e administração pública, que apresentaram causalidade unidirecional de PIB para energia. Concluímos que no longo prazo somente os setores de química fina e comércio e serviços apresentaram uma relação positiva entre PIB e energia, sendo que os demais setores apresentaram uma relação negativa no longo prazo.