Juliane Borchers
Essa pesquisa apresenta três ensaios sobre os principais fatores determinantes do desempenho escolar e do bem-estar dos estudantes no mundo. O primeiro ensaio investiga quais são os principais fatores determinantes dos resultados acadêmicos dos alunos entre 15 e 16 anos na América Latina através dos dados do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA) de 2018 e da Função de Produção da Educação, considerando tanto os impactos produzidos pelas escolas quanto pelas características do aluno e da família. Através dos resultados encontrados, constatou-se a existência de diferenças entre os desempenhos escolares nos países da América Latina. Os resultados também mostram que repetir de série, frequentar escolas públicas e com insegurança piora o desempenho escolar. Ao contrário, estudar em uma escola localizada em uma cidade de médio e grande porte, com professores mestres e doutores aumenta a performance dos estudantes nas habilidades testadas. Além do mais, o background familiar tem impacto significativo no rendimento escolar dos estudantes, sugerindo profundas desigualdades de oportunidade nos países latino-americanos. Por sua vez, o segundo ensaio examina quais são os impactos da satisfação dos professores com a profissão e com o ambiente de trabalho atual no desempenho escolar dos alunos de 15 a 16 anos da Alemanha, do Brasil, do Chile, da Coréia do Sul, dos Emirados Árabes Unidos, da Espanha, dos Estados Unidos, de Portugal, do Reino Unido e de Taiwan. Novamente, foram considerados os dados do PISA de 2018 e a Função de Produção da Educação. Por meio dos resultados encontrados, constatou-se diferenças entre os desempenhos escolares e nos impactos dos níveis de satisfação dos professores nos países analisados. Os resultados também evidenciaram que a satisfação dos professores com o ambiente de trabalho atual impacta mais o desempenho educacional dos alunos do que a satisfação dos professores com a profissão. Ademais, a análise de robustez realizada através da regressão quantílica mostrou que as satisfações dos professores com a profissão e com o ambiente de trabalho atual possuem impactos diferentes em cada quantil analisado, principalmente nos quantis inferiores e superiores. Por fim, o terceiro ensaio verifica quais são os principais fatores determinantes do bem-estar dos estudantes entre 15 e 16 anos no Brasil, Chile, Coréia do Sul, Espanha, Finlândia, Hong Kong, Itália, Reino Unido, Taiwan e Uruguai. Para isso, utilizou-se os dados do PISA de 2018 e 2022 através do modelo Logit Ordenado. Através das estimações realizadas, constatou-se a existência de diferenças entre os níveis de satisfação com a vida nos países analisados. Os resultados também revelam que estudar em uma escola localizada em uma cidade de médio e grande porte, salas de aulas com mais de 30 alunos e com insegurança piora o nível de satisfação com a vida dos estudantes. Porém frequentar escolas públicas, em que o aluno recebe feedback dos professores ou possui uma boa relação com eles e sente-se pertencente à escola aumenta a satisfação com a vida dos alunos. Ademais, tanto o background familiar quanto o apoio dos pais ou familiares têm impacto significativo e positivo no nível de satisfação com a vida dos estudantes, mostrando a importância das características familiares conjuntamente com as escolares no bem-estar dos alunos. Por fim, análises de robustez revelaram diversas explicações específicas da cultura para as disparidades inter-regionais de bem-estar.