Juliana Franco Afonso
A importância da agricultura para o crescimento econômico tende a ser desigual nas diferentes regiões brasileiras, decorrente das especificidades de solo, clima e dispersão do espaço rural, que interferem na adaptação de culturas e sua viabilidade técnica e econômica. No entanto, as inovações tecnológicas ocorridas no setor, frutos dos investimentos em pesquisa e qualificação da mão-de-obra, tendem a reduzir esta desigualdade, visto que gera ganhos de produtividade e viabiliza a adaptação de culturas entre as regiões. Isto em conjunto com os investimentos em infraestrutura de armazenamento que melhora o fluxo de mercadorias dentro da cadeia produtiva e do crédito rural, que viabiliza os investimentos em insumos modernos, tende a reduzir as desigualdades regionais do setor agrícola e sua contribuição para o desenvolvimento econômico. Neste sentido esta pesquisa buscou analisar o comportamento da Produtividade Total dos Fatores (PTF) nos estados brasileiros para o período de 1990 a 2014, avaliando se sua evolução tende a uma convergência no longo prazo e a influencia dos investimentos em pesquisa, infraestrutura de armazenamento, capital humano e crédito rural para aceleração deste processo. Para isso foi utilizado um modelo econométrico de efeitos fixos, controlando-se os efeitos espaciais, ou seja, a dependência espacial e a heterogeneidade espacial. O resultado da pesquisa, além de comprovar a hipótese de convergência absoluta e condicional da PTF agropecuária, revelou que a taxa média de crescimento da PTF foi afetada por variáveis como Crédito Rural, Capital Humano e Infraestrutura de Armazenamento e externalidades espaciais, gerando uma aceleração no processo de convergência. Pelos critérios de informação de Akaike (AIC) e Schwarz (SC) verificou-se que o modelo de Durbin Espacial (SDM) e o modelo Regressivo Cruzado Espacial (SLX) são os mais adequados para explicar o processo de convergência absoluta e condicional da PTF. O primeiro apresentando uma velocidade de convergência de 0,52% ao ano e o segundo de 0,66% ao ano, sendo o tempo necessário para se completar a metade do processo de transição da PTF da agropecuária entre os estados brasileiros de 134 e 105 anos, evidenciando um processo de convergência lento.